RECICLAGEM DE PNEUS: CONHEÇA O PISO DE PNEU RECIC

Reciclagem de pneus: Conheça o piso de pneu reciclado
(Programa A Alemanha e a Música, Minutos de Sustentabilidade, dia 04 de junho de 2017-Por Marcos Carneiro)
Grande problema dos aterros sanitários, os pneus demoram anos para se decompor. Estima-se que pode chegar a até 600 anos. Além do potencial para a reprodução de doenças, o material também pode afetar o lençol freático, levando a problemas com os rios mais próximos e consequentemente com os animais, e trazer riscos de incêndio.
Para combater esse problema, que cresce cada vez mais com o aumento do número de carros nas ruas, algumas empresas estão tomando medidas que visam a reciclagem de pneus. A alternativa mais famosa é conhecida por remold, processo que transforma os velhos em novos e faz um reaproveitamento da carcaça.
De uns tempos para cá, no entanto, uma nova modalidade de reutilização surgiu no mercado e transforma a borracha em piso. Normalmente utilizados em playgrounds e em ambientes direcionados às crianças, o modelo vem ganhando espaço e já é visto como uma alternativa para cimento, pedra e madeira.
Algumas academias, estúdio de som, canis e hospitais já estão experimentando o novo tipo de piso. Isso porque, são locais de grande circulação de pessoas e as placas de borracha são bastante resistentes e duráveis. Além disso, algumas cidades contam com o material na calçada e nas ruas principais, onde o comércio prevalece, para facilitar a vida do pedestre.
Os benefícios, no entanto, vão além da resistência. Fáceis de manusear, instalar e limpar, os pisos de pneu não quebram ou soltam lascas. O material também não desenvolve fungos e nem danifica o meio ambiente, já que é feito 100% de borracha e é considerado drenante – o que permite a passagem da água, colaborando com a permeabilização do solo.
A alternativa ecologicamente correta ainda conta com um aspecto decorativo que agrada, já que está disponível em várias cores e formatos. O tamanho e a espessura variam de acordo com a finalidade. No caso de calçadas, citado acima, por exemplo, a espessura deve ser mais larga.
Entenda o processo
Para um pneu se tornar piso é preciso separá-lo dos demais resíduos. Por isso, alguns fabricantes, em parceria com cooperativas de reciclagem, instalaram mais de 700 postos de coleta em todo o Brasil.
Depois de separados, eles são triturados e passam por um processo de mistura para que as placas sejam feitas. Cada metro quadrado de placa de borracha utiliza cerca de três pneus.
Desde 1999 há uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente que pede para que as indústrias de pneus brasileiras ofereçam uma destinação ambientalmente correta para os pneus usados. Esta norma foi criada devido aos malefícios que o material pode causar ao meio ambiente já que o pneu demora cerca de 600 anos para se decompor. Além disso, quando queimado, o produto libera uma fumaça com diversos poluentes, como carbono e enxofre. Se este resíduo for descartado em rios dificulta o fluxo da água, sendo assim, é um produto que necessita de um destino correto.
A maioria dos pneus descartados é reformado e retornam posteriormente à indústria que os fabrica. Isso é feito há mais de 60 anos no Brasil, que é o segundo maior país a realizar esta prática, perdendo apenas para os Estados Unidos. O pneu reformado possui um rendimento quilométrico semelhante ao novo, mas com custo 75% menor ao consumidor.
Existe também aquele pneu que não serve mais, ou seja, que não é possível ser reformado, precisando ser aproveitado de outra maneira – é o chamado pneu inservível. O produto pode ser transformado em solados, percintas (usadas na estrutura de móveis estofados), asfalto, tijolos de concreto, matéria-prima para produção de energia em cimenteiras, entre outros.
No processo de reciclagem dos pneus inservíveis, depois de ser feita a coleta deles é retirado o aço presente neste material. Depois eles são triturados e a partir daí encaminhados para empresas que produzem materiais a partir da borracha destes pneus.
Segundo a Reciclanip (entidade sem fins lucrativos que atua na logística de coleta e destinação de pneus inservíveis), em 2012, no Brasil 64% dos pneus inservíveis foram utilizados como combustível em indústrias de cimento. Os 36% restantes foram triturados e aproveitados na fabricação de solados de sapato, borrachas de vedação, pisos de quadras poliesportivas, pisos industriais e tapetes para automóveis.
No Brasil, uma das formas mais difundidas de reaproveitamento do pneu inservível é como combustível para as indústrias de cimento, cuja utilização para esses fins tem sido incentivada por meio de leis estaduais. Se todos os pneus coletados em 2012 fossem transformados em matéria-prima para o asfalto ecológico seria possível pavimentar cerca de 70 mil quilômetros de vias, um número expressivo que traria menos gastos ao país.
Há diversas práticas viáveis para reutilizar os pneus, porém é necessário um maior incentivo de suas práticas. A reciclagem do produto pode ser maior e mais difundida para empresas e até para a população.
(Fonte pensamentoverde.com.br)

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